quarta-feira, 16 de fevereiro de 2011

A cirurgia bariátrica antes da gravidez previne obesidade hereditária

Nas mulheres com obesidade grave e que fazem cirurgia de perda de peso, as gravidezes ocorridas após a perda de peso geram filhos com menos tendência para obesidade e para ter menos factores de risco para doenças metabólicas e cardíacas como a hipercolesterolémia e a resistência à insulina, de acordo com um trabalho canadiano publicado no JCEM.

Este estudo confirma investigações anteriores em que se concluiu que o ambiente intra-uterino tem um grande impacto na possibilidade de uma criança vir a desenvolver obesidade, quando a mãe é obesa. Este efeito parece ser ainda mais importante que a influência dos genes ou do próprio ambiente post-natal.

Neste trabalho, os investigadores estudaram 49 mulheres que realizaram uma intervenção para perda de peso (Derivação Bilio-Pancreática) e que tiveram filhos antes de, e após a intervenção cirúrgica.

Os resultados mostraram que as crianças resultantes de gravidezes após a cirurgia de perda de peso, tiveram menor peso à nascença, menor circunferência abdominal e apresentaram uma probabilidade de desenvolver obesidade três vezes menor, quando comparadas com os irmãos mais velhos resultantes de gravidezes ocorridas antes da perda de peso das mães. As crianças post cirurgia também apresentavam menor colesterolémia e menor resistência à insulina.

Este é o primeiro estudo que mostra que a perda de peso importante numa mulher antes de engravidar pode ter um impacto muito positivo na saúde dos filhos.

Os autores concluem que as mulheres obesas que desejam engravidar, devem perder peso significativo antes da gravidez. A obesidade durante a gravidez não só aumenta o risco de complicações para a mãe, de que são exemplos a hipertensão e a diabetes, como também aumenta a probabilidade da criança vir a ter obesidade e doenças associadas.

Texto original: The Journal of Clinical Endocrinology and Metabolism - Novembro 2009

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