domingo, 27 de fevereiro de 2011

Como perder 20Kg em 4 semanas!!!!!!!!!

Segundo Yoni Freedhoff  (director da investigação em obesidade da Universidade de Alberta, Canada ) afirma no Canadian Medical Association Journal, "a indústria de perda-de-peso engloba um conjunto enorme de produtos e programas que prometem resultados fáceis, rápidos e duradouros".

"Considerando a existência de todos estes meios mágicos de obter perda de peso, é difícil de compreender porque será a obesidade ainda um problema de saúde. Talvez seja porque esta magia existe apenas nos sonhos e esperanças das pessoas. Esperanças e sonhos que os vendedores destes programas e produtos exploram facilmente.

Apesar dos peritos afirmarem que o tratamento da obesidade exige uma intervenção médica, cirúrgica ou comportamental de longo prazo, a maioria dos vendedores dos produtos comerciais manipulam os doentes impunemente, cultivando expectativas irreais e ideias falsas. Com efeito, é possivel ver, com frequência, afirmações absurdas tais como dizer que injecções de vit B ajudam a acelerar a lipólise ou que existem suplementos vegetais que diminuem o apetite e aceleram o metabolismo."

De acordo com  Yoni Freedhoff,"O reconhecimento da enorme morbilidade e mortalidade associadas à obesidade tem levado os médicos e as campanhas de saúde pública a aumentar o desejo dos doentes em perder peso, na medida em que se promove a consciência dos riscos da obesidade.

Infelizmente, estas mensagens de alarme não são acompanhadas de informação sobre os tratamentos que são realmente eficazes. Apesar de bem intencionadas, acabam por conduzir os doentes a um emaranhado selvagem de propostas sem nenhum tipo de garantia de eficácia e que, por vezes, até podem ser fatais.

Não apenas os doentes estão a ser repetidamente vigarizados, como os múltiplos fiascos das opções fraudulentas acabam por fazer perder a confiança nas abordagens realmente eficazes.

Uma vez que as abordagens realmente eficazes estão bem estabelecidas, os governos, os médicos e os serviços de saúde, todos partilham uma obrigação médica e moral de proteger as pessoas destas práticas ineficazes de tentativa de perda de peso.

Para que possamos realmente enfrentar esta epidemia de obesidade, primeiro temos de suster a prática centenária de venda de banha da cobra. É necessário que os governos requeiram certificação da eficácia dos produtos e dos programas de perda de peso, certificação essa baseada na evidência, para assegurar a qualidade e proteger as pessoas."

E o autor conclui:
"Nem os serviços públicos de saúde nem a comunidade médica estão a fazer o suficiente para resolver o problema da obesidade. Os doentes encontram-se muitas vezes desesperados por encontrar soluções e, como tal, estão especialemente vulneráveis a serem explorados. É tempo de acabar com este absurdo."

O texto original pode ser encontrado em Canadian Medical Association Journal

sexta-feira, 25 de fevereiro de 2011

O bypass consegue melhor perda de peso, melhor resolução da diabetes e melhor qualidade de vida do que a banda gástrica

A obesidade e a diabetes tipo 2 são duas das doenças crónicas mais frequentes e prejudiciais para a saúde. O tratamento cirúrgico mais utilizado nos EUA tem sido o bypass gástrico, mas nos últimos anos a banda gástrica foi introduzida como uma alternativa menos invasiva.


Banda Gástrica

Um estudo publicado em Fevereiro de 2011 no Archives of Surgery por Guilherme M. Campos, comparou os resultados de duas intervenções cirúrgicas para a obesidade: o bypass gástrico e a banda gástrica. Os dois grupos de doentes operados tinham características semelhantes em termos de idade, sexo, IMC e presença de diabetes. Todos tinham IMC superior a 40.

A média de perda do peso em excesso foi de 64% para o bypass e de 36% para a banda gástrica.

Bypass Gástrico
No caso dos doentes com diabetes, o bypass permitiu resolver esta doença em 76% dos doentes enquanto a banda gástrica apenas o conseguiu em 50%.

As complicações foram semelhantes nos dois grupos (12% na banda e 14% no bypass). Não houve mortalidade com nenhuma das técnicas.

A qualidade de vida foi igualmente superior no bypass gástrico do que na banda gástrica.

Os autores concluem que, neste estudo, o bypass e a banda gástrica tiveram complicações semelhantes. No entanto, uma vez que os resultados em termos de perda de peso, de resolução da diabetes e de qualidade de vida são melhores no bypass, no contexto deste estudo o bypass obteve um melhor perfil de risco/benefício do que a banda gástrica.

Artigo original: Archives of Surgery

quinta-feira, 24 de fevereiro de 2011

Consequências do Excesso de Peso e da Obesidade

O "Surgeon General" é o correspondente ao Alto Comisário para a Saúde, nos EUA.

Segundo esta instituição, as consequência do excesso de peso e da obesidade são:


Morte Inesperada
• 300.000 mortes são atribuídas anualmente à obesidade, nos EUA.
• O Risco de morte aumenta com o aumento de peso.
• Mesmo um aumento de peso moderado ( 5 a 10 Kg para uma pessoa de altura média) aumenta o risco de morte, especialmente entre os 30 e os 64 anos de idade.
• Pessoas obesas (IMC>30) têm uma probabilidade de morte inesperada 50% a 100% maior do que pessoas com peso normal.

Doença Cardíaca
• A incidência de doença cardíaca (enfarte, ionsuficiência cardíaca, angina ou morte súbita) está aumentada em pessoas com excesso de peso o9u obesidade (IMC> 25).
• A hipertensão arterial é duas vezes mais frequente em adultos opbesos do que em adultos com peso normal.
• A obesidade está associada a aumento dos triglicéridos e outras dislipidémias.

Diabetes
• Um aumento de peso de 5 a 10 Kg é suficiente para duplicar o risco de uma pessoa vir a desenvolver diabetes.
• Mais de  80% dos diabéticos têm excesso de peso ou são obesos.

Cancro
• O excesso de peso e a obesidade estão associados com várias formas de cancro, nomeadamente cancro do útero, colon, vesícula biliar, próstata, rim e cancro da mama.
• As mulheres que aumentam mais de 10Kg desde a idade dos 18 anos até à meia-idade, duplicam o risco de desenvolver cancro da mama.

Problemas Respiratórios
• Apneia do sono é uma doença mais comum nas pessoas obesas.
• A obesidade aumenta a prevalência de asma.

Artrite
• Por cada 1 Kg de aumento de peso o risco de desenvolver problemas osteo-articulares aumenta de 9 a 13%.

Problemas com a gravidez
• A obesidade está associada a aumento do risco de morte quer da mão como do recém-nascido.
• A obesidade aumenta 10x o risco de hipertensão arterial na mãe, aumenta o risco de desenvolvimento de diabetes gestacional e de complicações no trabalho de parto.
• As crianças nascidas de mães obesas têm mais probqabilidade de ter peso elevado à nascença e, como tal, maior probabilidade de necessitar de cesariana e de ter hipoglicémia à nascença, o quie pode estar associado a lesão cerebral e convulsões.
• A obesidade está associada a aumento de risco de malformações congénitas, especialmente de espinha bífida.
• A obesidade em mulheres em idade fértil está associada com ciclos menstruais irregulares e com infertilidade.

Outras Consequências
• Excesso de peso e obesidade estão associadas a aumento do risco de doenças da bexiga, ioncontinência urinária, sindromes depressivas e risco operatório geral.
• A obesidade pode afectar a qualidade de vida, pela limitação da mobilidade e da resistência física, além de discriminação social, académica e profissional.

Texto Original: General Surgeon

quarta-feira, 23 de fevereiro de 2011

Ontario aumenta a cirurgia de obesidade em 500%

Fazendo parte de um plano global para controlar a diabetes, a província de Ontario ( a mais populosa província do Canada, com 12.000.000 de habitantes) está a aumentar a sua capacidade de realizar cirurgia bariátrica em 500%, no período de 2010-2012.

Segundo David Caplan, Ministro da Saúde de Ontario, "os elevados índices de obesidade estão a conduzir a aumentos dramáticos em doenças crónicas como a diabetes, a patologia cardíaca, a hipertensão e em algumas formas de cancro. A cirurgia de obesidade vai ajudar a diminuir os custos financeiros do tratamento das doenças relativas à obesidade, ao mesmo tempo que reduz o recurso às urgências hospitalares e internamentos".


Informação disponível no site oficial do governo canadiano

terça-feira, 22 de fevereiro de 2011

Remissão de Diabetes Tipo 2 após Bypass Gástrico ou Banda Gástrica aos 2 anos

A cirurgia de obesidade parece ser ainda mais eficaz em tratar algumas das doenças associadas à obesidade, do que a tratar a própria obesidade. Uma das doenças que tem recebido muita atenção é a diabetes.

Num estudo realizado em Inglaterra e publicado recentemente no Annals of Surgery, foram avaliados doentes obesos com diabetes tipo 2, que realizaram cirurgia bariátrica. As intervenções foram o bypass gástrico e a colocação de banda gástrica. Avaliou-se a evolução da glicémia, da Hg A1c (indicador de controlo da diabetes) e de outros parâmetros.


bariatric surgery
Verificou-se que a perda de peso, ao fim de dois anos de cirurgia, foi semelhante para as duas técnicas. No entanto, a resolução da diabetes, avaliada pela normalização das glicémias e pela redução da HgA1c,  foi superior após o bypass gástrico (72% dos doentes obtiveram a resolução da sua diabetes) em relação ao efeito da banda gástrica (17% de resolução).


Uma rápida melhoria imediatamente após a cirurgia dos parâmetros alterados (resistência à insulina, niveis de insulina e de GLP-1) apenas se verificou nos doentes tratados com bypass gástrico.

Os autores concluem que a cirurgia de obesidade, em especial o bypass gástrico, pode melhorar rapidamente  a diabetes tipo 2 e, em muitos casos, resolve-la completamente, sendo este efeito independente da perda de peso

Publicado nos Annals of Surgery Dezembro 2010

segunda-feira, 21 de fevereiro de 2011

Recomendações da American Diabetes Association

A Associação Americana de Diabates (ADA) recomenda, no que diz respeito à Cirurgia Bariátrica:

  • A utilização de cirurgia bariátrica pode ser ponderada para adultos com IMC >35 kg/m2 e diabetes tipo 2, especialmente se a diabetes ou as comorbilidades associadas são difíceis de controlar com alteração do estilo de vida associada a medicamentos. (B)
  • Os doentes com diabetes tipo 2 que realizaram cirurgia bariátrica necessitam de apoio e monitorização médica durante toda a vida.  (E)
  • Apesar de alguns estudos mostrarem o benefício no controlo da glicémia da cirurgia bariátrica em doentes diabéticos tipo 2 com IMC de 30–35 kg/m2, neste momento ainda não existe evidência suficiente para recomendar cirurgia de forma generalizada nestes doentes sem ser no contexto de um protocolo de investigação. (E)
  • O benefício a longo prazo, a relação de custo/benefício e os riscos, deveriam ser estudados em investigação controlada, comparando cirurgia com tratamento médico otimizado e terapêutica dirigida ao estilo de vida. (E) 

    Os estudos realizados mostraram que a cirurgia bariátrica conduz a uma completa ou quase completa normalização da glicémia em 55-95% dos doentes com diabetes tipo 2, sendo a percentagem de remissão dependente do tipo de cirurgia.

    American Diabetes Association: Diabetes Care

sexta-feira, 18 de fevereiro de 2011

Uma dieta saudável aumenta o Q.I. na infância

Um estudo realizado em Bristol publicado em Fevereiro de 2001 no  Journal of Epidemiology and Community Health, parece mostrar uma relação entre uma dieta saudável e o aumento do Quoficiente de Intelegência.


Foram estudadas 3,966 crianças fazendo parte do The Avon Longitudinal Study of Parents and Children , e as suas dietas avaliadas aos 3, 4, 7 e 8 anos de idade. O QI foi medido aos oito anos de idade.


Foi encontrada uma relação entre a dieta alimentar aos 3 anos de idade e o QI aos oito anos, mesmo depois de se excluir os efeitos do grau de educação da mãe, da classe social e da amamentação. Este efeito parece ter longa duração. A dieta nas idades seguinte já não parece ter o mesmo efeito.


Os autores consideram que uma boa dieta alimentar é fundamental nos primeiros anos de vida pois é exactamente nessa altura que o cérebro cresce mais rapidamente.


Ligação para o artigo: Journal of Epidemiology and Community Health

quinta-feira, 17 de fevereiro de 2011

O painel de peritos da FDA aprova a Lap-Band para doentes com IMC entre 30 e 40

A votação no painel de peritos da FDA, em 6 de Dezembro 2010, foi de 8 contra 2 a favor de alargar a indicação da  banda gástrica ajustável (Lap-Band Adjustable Gastric Banding System; Allergan) a doentes com IMC entre 30 kg/m2  e 40 kg/m2.

O estudo que apoiou esta decisão envolveu 151 doentes com IMC entre 30 e 40, realizado em 7 centros nos EUA.

66% dos participantes perderam mais do que 50% do peso em excesso ao fim de um ano de seguimento. Os vários endpoints estudados foram atingidos na grande maioria dos casos. Apenas 5% dos doentes necessitaram de reoperação.

As três questões colocadas ao painel de peritos foram:
1. Se os resultados do estudo apoiam a nova indicação.
2. Se os resultados apoiam a segurança do tratamento.
3. Se os resultados mostram que as vantagens são superiores aos riscos.


Todas as respostas foram positivas.

De acordo com o fabricante a eficácia da  Lap-Band no tratamento da obesidade grave é menor do que outras intervenções bariátricas, mas é muito mais eficaz do que terapêutica tradicional não cirúrgica.

Notícia no New York Times

quarta-feira, 16 de fevereiro de 2011

A cirurgia bariátrica antes da gravidez previne obesidade hereditária

Nas mulheres com obesidade grave e que fazem cirurgia de perda de peso, as gravidezes ocorridas após a perda de peso geram filhos com menos tendência para obesidade e para ter menos factores de risco para doenças metabólicas e cardíacas como a hipercolesterolémia e a resistência à insulina, de acordo com um trabalho canadiano publicado no JCEM.

Este estudo confirma investigações anteriores em que se concluiu que o ambiente intra-uterino tem um grande impacto na possibilidade de uma criança vir a desenvolver obesidade, quando a mãe é obesa. Este efeito parece ser ainda mais importante que a influência dos genes ou do próprio ambiente post-natal.

Neste trabalho, os investigadores estudaram 49 mulheres que realizaram uma intervenção para perda de peso (Derivação Bilio-Pancreática) e que tiveram filhos antes de, e após a intervenção cirúrgica.

Os resultados mostraram que as crianças resultantes de gravidezes após a cirurgia de perda de peso, tiveram menor peso à nascença, menor circunferência abdominal e apresentaram uma probabilidade de desenvolver obesidade três vezes menor, quando comparadas com os irmãos mais velhos resultantes de gravidezes ocorridas antes da perda de peso das mães. As crianças post cirurgia também apresentavam menor colesterolémia e menor resistência à insulina.

Este é o primeiro estudo que mostra que a perda de peso importante numa mulher antes de engravidar pode ter um impacto muito positivo na saúde dos filhos.

Os autores concluem que as mulheres obesas que desejam engravidar, devem perder peso significativo antes da gravidez. A obesidade durante a gravidez não só aumenta o risco de complicações para a mãe, de que são exemplos a hipertensão e a diabetes, como também aumenta a probabilidade da criança vir a ter obesidade e doenças associadas.

Texto original: The Journal of Clinical Endocrinology and Metabolism - Novembro 2009

terça-feira, 15 de fevereiro de 2011

Prevenção de obesidade no Japão



Um poster num serviço público de saúde no Japão promove:  "Goodbye  metabo".
Metabo é a palavra associada no Japão ao excesso de peso.
Faz parte duma campanha ambiciosa do governo japonês para promover a perda de peso.

Noticia em : The New York Times

segunda-feira, 14 de fevereiro de 2011

domingo, 13 de fevereiro de 2011

O caminho mais seguro para a saúde


“If we
could give every
individual the right
amount of nourishment and
exercise, not too little and
not too much, we would
have found the safest way
to health.” Hippocrates

Obesidade pelo mundo fora

A obesidade é a doença que mais tem aumentado de uma forma dramática em todo o mundo.
O país que parece ter um problema de maior dimensão são os EUA, logo seguido pelo México e pelo Reino Unido.

Aqui está uma figura interessante que dá uma ideia do que se passa em alguns países do mundo.

world-obesity.gif

Obesity Surgery Mortality Risk Score (OS-MRS)

Saber prever o risco de mortalidade em cirurgia de obesidade é essencial para poder identificar os doentes com necessidade de mais apoio e vigilância no peri-operatório. Além disso, também é fundamental para poder discutir abertamente com o doente as vantagens, benefícios, desvantagens e riscos da opção cirúrgica em cada caso.

O Obesity Surgery Mortality Risk Score pretende isso mesmo. Este score, proposto originalmente por DeMaria, não é complexo de calcular, utiliza informações geralmente recolhidas em todos os doentes no decurso da entrevista clínica habitual e permite estratificar o risco de forma validada.

Obesity Surgery Mortality Risk Score

Factor de RiscoPontos
Idade > 45 anos
1
Hipertension
1
Sexo masculino
1
Factores de risco para embolismo pulmonar*
1
IMC ≥ 50 kg per m2
1
Total:
–––––––––––
Grupo de Risco (pontuação)Risco de mortalidade postoperatória
Baixo (0 or 1 points)         
          0.2%
Moderado (2 or 3 points)                 
          1.2%
Alto (4 or 5 points)
          2.4%

* Tromboembolismo venoso prévio, hipertensão pulmonar, filtro de veia cava preoperatório, hipoventilação condicionada pela obesidade
Este score - OS-MRS - foi validado num estudo envolvendo 4 centros e  4431 patients. Esta pontuação é a primeira a ser validada para estratificar risco em cirurgia de obesidade e pode auxiliar na obtenção de consentimento informado, ajudar na tomada de decisão cirúrgica e permitir a standardização de comparações entre diferentes centros de tratamento.

Artigo original:


A cirurgia de obesidade em Inglaterra aumentou 10x desde o ano 2000

A realização de cirurgias de obesidade em Inglaterra aumentou 10x nos serviços públicos de saúde desde 2000, segundo um estudo publicado no bmj.com em Agosto 2010. Uma razão apontada para esta evolução é a procura de tratamento por parte dos doentes obesos, à medida que vai sendo cada vez mais evidente o interesse deste tipo de tratamento.


Figure
Um total de  6,953 cirurgias bariátricas foram realizadas em Inglaterra no serviço de saúde público no período entre Abril de 2000 e Março 2008. Este número passou de 238 em 2000 para 2543 em 2007.


A percentagem de cirurgias por via laparoscópica passou de 28% em 2000 para 75% em 2007. Os procedimentos mais realizados foram a colocação de banda gástrica (52%) o bypass gástrico (46%) e a gastrectomia linear - sleeve (2%).


The use of weight loss surgery or bariatric surgery, is ten times more frequent in NHS hospitals in England, than it was in 2000
A mortalidade global foi consistentemente baixa ao longo de todo o período de estudo, aproximadamente de 0.3%. Foi mais alta para o sleeve (1%), intermédia para o bypass (0.5%) e menor para a colocação de banda gástrica (0.1%). A via laparoscópica mostrou ser mais segura, com uma mortalidade de 0.2% contra os 0.5% da via aberta. A via laparoscópica teve igualmente menor duração de internamento e menor percentagem de re-internamentos. O sleeve teve o maior numero de reinternamentos. O aumento do numero de cirurgias de bypass foi superior ao aumento do numero de colocação de bandas. A mortalidade foi ainda independente do numero de procedimentos realizados em cada hospital, sendo no entanto a percentagem de bypass superior nos centros com maior experiência.

Os autores concluem que a utilização de cirurgia bariátrica aumentou exponencialmente em Inglaterra nos últimos anos. Isto parece ter ocorrido com segurança apesar do aumento da utilização de técnicas minimamente invasivas (laparoscopia). 
Introduction of laparoscopic bariatricsurgery in England: observational population cohort study
Elaine M Burns

Texto integral: BMJ Agosto 2010

Definição de Obesidade - OMS

O Excesso de Peso e a Obesidade definem-se como uma acumulação anormal ou excessiva de gordura, que pode ser prejudicial para a saúde.


O Indice de Massa Corporal (IMC) – definido como o peso em kilogramas dividido pelo quadrado da altura em metros (kg/m2)– é um índice utilizado frequentemente para classificar o excesso de peso e a obesidade em adultos.
A OMS define o excesso de peso como um IMC igual ou superior a 25 e a obesidade como um IMC igual ou superior a 30.

OMS | Organización Mundial de la Salud



Ligação: OMS

sábado, 12 de fevereiro de 2011

Análise da Segurança Peri-Operatória da Cirurgia Bariátrica


Perioperative Safety in the Longitudinal Assessment of Bariatric Surgery

Este estudo, conhecido como LABS-1,  foi organizado pelo National Institute of Diabetes and Digestive and Kidney Diseases (NIDDK), que pertence ao  National Institutes of Health americano, e foi publicado no New England Journal of Medicine em 30 de Junho de 2009.
A cirurgia bariátrica pode ter grandes efeitos benéficos sobre a saúde. Mas pode ter igualmente riscos. O LABS-1 pretendeu avaliar esses riscos para ajudar médicos e doentes a comprendê-los.
O consórcio LABS-1 seguiu 4.776 doentes que realizaram cirurgia bariátrica pela primeira vez, e avaliou a mortalidade e as complicações nos primeiros 30 dias após a cirurgia. Os doentes tinham mais de 18 anos e um IMC médio de 44. Este estudo demorou dois anos a realizar e decorreu em 10 hospitais americanos diferentes.
A principal conclusão foi a de que as complicações e a mortalidade nos 30 dias após a cirurgia foram baixas.
Nos primeiros 30 dias após a cirurgia, 4.1% dos doentes tiveram uma complicação major.
No entanto, a mortalidade global foi baixa, variando com o procedimento utilizado entre 0% no grupo da colocação de banda gástrica, 0.2% no grupo de bypass gástrico por via laparoscópica, até 2.1% no grupo do bypass gástrico realizado por via aberta. Os doentes com IMC muito elevado também tiveram um risco aumentado. A mortalidade global foi inferior a 0.3%.
O consórcio LABS está a desenvolver também o estudo LABS-2 para obter informação de resultados a longo prazo, e o estudo Teen-LABS para determinar os resultados da cirurgia de obesidade em adolescentes.

sexta-feira, 11 de fevereiro de 2011

Conferência de Consenso - ASBMS


Outro documento de referência é o resultado da Conferência de Consenso promovida pela American Society for Bariatric Surgery (ASBS) em 2004, e publicado no Surgery for Obesity and Related Diseases 1 (2005) 371–381.

Consensus Conference Statement
Bariatric surgery for morbid obesity: Health implications for patients,
health professionals, and third-party payers


Este consenso apresenta várias conclusões. No que diz respeito à selecção de doentes para operar afirma:

" A Cirurgia Bariátrica é o tratamento mais eficaz actualmente existente para a obesidade mórbida e pode resultar em melhoria ou completa resolução das doenças associadas à obesidade"

" Os candidatos a cirurgia bariátrica devem ter tentado perder peso por método não cirúrgico, incluindo dieta, aconselhamento nutricional e participação em programas de perda de peso, mas não é necessário ter cumprido um programa formal como pré-requisito para cirurgia"

" Os candidatos a cirurgia bariátrica devem realizar uma avaliação médica alargada antes da operação. No entanto, avaliação por sub-especialidades (cardiologia, psiquiatria, psicologia) não é necessária por rotina mas deve estar disponivel quando indicada."

"Incluir no âmbito da cirurgia bariátrica os doentes com Obesidade de grau I (IMC entre 30 e 34.9 Kg/m2) e que que apresentam uma doença associada que pode ser curada ou muito melhorada por uma perda de peso substancial e sustentada, pode ser justificado e é uma opção que necessita de ser mais estudada em termos de riscos e benefícios a longo prazo"


Penso ser muito interessante notar que, já em 2004, este painel de consenso não estabelece limites de tempo de duração de obesidade, nem de idade. Consultando o texto integral do documento podemos ainda ler que no caso no adolescente a opção cirúrgica é considerada como útil, em determinadas condições.

Outro aspecto relevante é que este documento já defende a utilização de cirurgia bariátrica em doentes com IMC inferior a 35.


quinta-feira, 10 de fevereiro de 2011

Cirurgia de Obesidade - Recomendações do NICE

National Institute for Health and Clinical Excellence
O NICE - organização governamental de saúde do Reino Unido - elaborou em Dezembro de 2006 as suas recomendações sobre prevenção e tratamento da obesidade, incluindo as opções cirúrgicas.

Este é um documento de referência que, apesar de já ser antigo, é muito útil como ponto de partida para se entender quais os doentes com obesidade que podem beneficiar de tratamento cirúrgico.

Segundo o NICE , no caso dos adultos, a cirurgia bariátrica (cirurgia de obesidade) é recomendada para os indivíduos que preencham todos os seguintes critérios:

• IMC superior a 40 kg/m; ou então IMC entre 35 kg/m e 40 kg/m com outra doença relevante (p.ex diabetes ou hipertensão) que poderá melhorar com a perda de peso
• as medidas não cirúrgicas apropriadas foram experimentadas durante pelo menos seis meses mas não conseguiram atingir uma perda de peso clinicamente significativa
• o doente recebeu ou vai receber tratamento num serviço especializado em tratamento de obesidade
• o doente tem condições gerais compatíveis com uma anestesia e uma intervenção cirúrgica
• o doente compromete-se a seguir um seguimento de longo prazo

Além disso, a opção cirúrgica também é recomendada, como tratamento de primeira linha em vez de medidas não cirúrgicas:
• para os doentes com IMC superior a 50 e que preencham as restantes recomendações

De realçar que estas recomendações não colocam limite superior de idade, não falam de duração da obesidade, e dão um prazo de apenas seis meses para o tratamento não cirúrgico.

Texto Integral: Obesity - guidance on the prevention, identification, assessment and management of overweight and obesity in adults and children - NICE clinical guideline 43