No caso da obesidade, o tipo de distribuição predominante da gordura tem sido apontado também como uma causa deste aumento de risco.
No obeso, a gordura em excesso pode ter uma distribuição mais intensa de tipo central (excesso de gordura no abdomen) ou de tipo periférica (gordura acumulada nas ancas, nádegas e coxas). Este tipo de distribuição de gordura pode ser calculada pelo perímetro da cintura abdominal ou pela relação entre este e o perímetro medido a nível das ancas.
Para melhor compreensão desta diferença, o primeiro tipo de distribuição (gordura central) tem sido comparado a uma forma de macã e é mais frequente nos homens, enquanto o segundo tipo (gordura periférica) tem sido comparado a uma pêra e é mais frequente nas mulheres.
Tradicionalmente, tem sido entendido que o tipo de distribuição central de gordura apresenta maior risco de conduzir ao desenvolvimento de doenças cardiovasculares, do que o tipo periférico de distribuição de gordura.
Para esclarecer esta questão, foi realizado um trabalho colaborativo envolvendo 58 estudos e mais de 220.000 pessoas cuja saúde foi seguida ao longo de vários anos. Durante o período de seguimento foram analisados os casos de doença cardíaca e de acidente vascular cerebral. Verificou-se que a pressão arterial, o colesterol, a diabetes e o tabagismo, foram factores que agravaram a probabilidade de surgimento daquelas doenças. No entanto, o tipo de distribuição de gordura, depois de descontados os outros factores, não influenciou de uma forma independente aquele risco.
Segundo o Dr. Emanuele Di Angelantonio da Universidade de Cambridge, e membro do Emerging Risk Factors Collaboration que organizou este estudo, "a forma corporal de cada um não é importante".
Afirmou ainda que "ser obeso ou ter excesso de peso é um dos principais factores de risco para doença cardiovascular que podemos modificar, e é um dos primeiros sinais de problemas futuros." "Qualquer que seja a forma de obesidade, em termos de risco cardiovascular, o efeito é o mesmo."
Pode ler este estudo, que foi apoiado pela British Heart Fundation e que foi publicado online em 11 de Março de 2011, na revista Lancet.
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