A obesidade é uma causa importante de mortalidade e de morbilidade.
Um dos estudos científicos fundamentais para compreender o efeito da cirurgia no tratamento da obesidade grave, foi conduzido por Nicolas Christou e publicado na prestigiada revista americana "Annals of Surgery", em Setembro de 2004.
Neste estudo comparou-se um grupo de 1035 doentes obesos, operados no McGill University Health Centre, com um grupo de 5746 doentes obesos que não foram operados. Este estudo é especialmente importante, porque nenhum dos doentes incluídos tinha patologias médicas relevantes no momento do início do estudo. Os doentes com diabetes, patologia cardíaca ou outras doenças relevantes foram excluídos da análise. Ou seja, quer os doentes operados quer os doentes não operados, não tinham doenças relevantes além da obesidade.
Todos estes doentes foram seguidos por um período de tempo com um máximo de 5 anos de duração.
Ao fim do tempo de seguimento, verificou-se que os doentes operados perderam dois terços do peso em excesso (67%). Além disso tiveram uma redução do risco de desenvolver outras doenças (cardiovasculares, cancro, endócrinas, infecciosas, psiquiátricas) quando comparados com os doentes não operados.
O efeito mais significativo foi na mortalidade. A mortalidade dos doentes não operados foi de 6.17%, enquanto a mortalidade dos doentes operados foi de apenas 0.68%. Esta redução equivale a dizer que a cirurgia diminuiu o risco de morte em 89% em relação ao risco que os doentes teriam se não fossem operados.
Como conclusão, os autores defendem que estes dados mostram que a cirurgia diminui a mortalidade bem como o desenvolvimento de doenças associadas.
Estudo original : Surgery Decreases Long-term Mortality, Morbidity, and Health Care Use in Morbidly Obese Patients
Segundo a IFSO (International Federation for the Surgery of Obesity and Related Diseases) o tratamento cirúrgico é reconhecido actualmente como o único eficaz no tratamento da obesidade mórbida. Este blog pretende reunir as recomendações, notícias e desenvolvimentos que forem relevantes para a compreensão desta realidade. A forma de apresentar esta informação será independente, objectiva e precisa, de modo a ser útil quer a profissionais de saúde quer à população em geral.
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