quinta-feira, 31 de março de 2011

Mais uma dieta perigosa

Foi publicado mais um livro que propõe uma dieta milagrosa: A dieta Dukan.
Esta dieta foi inventada por um francês - Pierre Dukan -  e tornou-se conhecida através do livro que publicou: "Je ne sais pas maigrir"


              

terça-feira, 29 de março de 2011

Informação sobre banda gástrica ajustável

Segundo a informação constante na página do Centro de Cirurgia de Obesidade e Metabólica da Universidade de Columbia:

"A colocação de uma banda gástrica ajustável é realizada geralmente por laparoscopia. Esta opção terapêutica para a obesidade é uma das menos invasivas porque nem o estômago nem o intestino são seccionados.

A quantidade de peso que se pode perder com a banda gástrica depende da motivação do doente e do seu compromisso com um novo estilo de vida e novos hábitos alimentares.

A banda gástrica ajustável pode ajudar a conseguir uma perda de peso duradoura pelos mecanismos seguintes:
- limitando a quantidade de comida ingerida
- reduzindo o apetite
- atrasando a digestão

A banda gástrica é colocada em redor da porção inicial do estomago, dividindo o estomago em duas partes, uma parte pequena acima da banda e outra parte maior abaixo da banda. Esta pequena bolsa acima da banda limita a quantidade de comida que o doente pode ingerir de cada vez, do que resulta uma sensação de "estar cheio" com apenas uma pequena quantidade de comida.

Ao ajustar a largura da comunicação entre as duas partes do estômago, controla-se a quantidade de comida que passa da parte superior para a parte inferior. Esta comunicação entre as duas partes pode ser facilmente alargada ou apertada ao injectar ou retirar soro do interior da banda. A banda é oca e está ligada por um tubo a um reservatório que foi colocado debaixo da pele durante a cirurgia. O cirurgião ou o enfermeiro podem controlar a quantidade de soro dentro da banda, picando o reservatório com uma agulha.

A capacidade de ajustar a banda é uma característica única deste tipo de tratamento e é uma parte normal do seguimento após a cirurgia.

Como a banda pode ser removida, ajustada e não altera de forma permanente a anatomia, pode ser uma opção para doentes que de outro modo podem não desejar um tratamento cirúrgico. Outras vantagens desta técnica são o curto período de internamento e o facto de não alterar a absorção de nutrientes.

Com esta técnica a perda de peso esperada é de 40-60% do peso em excesso, a ser conseguida no prazo de dois anos."

Ligação para a informação original: Columbia University Center for Metabolic and Weight Loss Surgery

domingo, 27 de março de 2011

Um tratamento não cirúrgico para a obesidade - TOGA - desaparece

A obesidade é uma doença que causa grave prejuízo para a saúde. O seu aumento em todo o mundo levou a Organização Mundial de Saúde a considerar esta doença como a doença do século XXI.

Actualmente, apenas a cirurgia apresenta uma eficácia comprovada cientificamente.



Outras formas de tratamento têm sido tentadas: alterações do estilo de vida, medicações e  tratamentos endoscópicos, mas sem resultados satisfatórios.

Um dos tratamentos que levantou grandes esperanças foi o TOGA (transoral gastric gastroplasty). Este tratamento é realizado por via endoscópica, transoral, sob anestesia geral, e consiste na introdução de um dispositivo médico no estomago através do qual o estomago é pregueado internamente pela colocação de agrafes.







Com este preguear, é criado um tubo gástrico que dificulta a passagem da comida e o doente passa a tolerar menos quantidade de alimentos. A ideia deste tratamento é simular uma operação restritiva (como a banda ou o sleeve), mas sem necessidade de incisões cirúrgicas. Foi promovido pela Clínica de Cleveland exactamente dessa forma: cirurgia sem incisões.

 














Até agora apenas foi utilizada no âmbito de ensaios científicos, não estando disponível à população em geral, por falta de aprovação da FDA (Food and Drugs Administration), enquanto não eram conhecidos os seus resultados reais.

Infelizmente, os resultados desses estudos mostraram que a perda de peso era insuficiente para justificar a sua realização. Em consequência desses resultados, a empresa que o promoveu foi desactivada, pelo que este tipo de tratamento parece ter sido abandonado.

Notícia encontrada no New York Times mas que não consegui confirmar em nenhuma fonte científica.

sexta-feira, 25 de março de 2011

NIH - Plano estratégico para a investigação sobre diabetes

O National Institute of Diabetes and Digestive and Kidney Diseases (NIDDK) americano, acaba de publicar o seu plano estratégico para a investigação sobre diabetes (Diabetes Research Strategic Plan).

Segundo o seu director, Griffin P. Rodgers, "através do estabelecimento de prioridades e da identificação das mais promissoras oportunidades de investigação científica, este plano estratégico vai orientar o NIH, as outras agências federais americanas e a comunidade científica em geral, nos seus esforços para melhorar os tratamentos da diabetes e identificar formas de manter as pessoas saudáveis".

No capítulo dedicado aos novos caminhos terapêuticos, são apresentadas cinco direcções:
- Foram identificados no genoma humano muitos genes que aumentam a susceptibilidade para diabetes de tipo 1 e 2
- Novos testes genéticos permitem identificar recém-nascidos com diabetes neonatal - uma forma rara de diabetes - que pode ser tratada com fármacos orais em vez de insulina injectável
- Novos tratamentos para a diabetes tipo 2 estão disponíveis, alicerçados em descobertas sobre a forma como as hormonas gastrointestinais influenciam a secreção de insulina
- O bypass gástrico e outras intervenções cirúrgicas bariátricas destinadas a tratar a obesidade grave, podem resolver a diabetes independentemente da perda de peso, abrindo as portas a novas descobertas e a opções terapêuticas para algumas pessoas
- A detecção de gordura castanha em adultos pode vir a ser útil em termos terapêuticos na prevenção e no tratamento da obesidade

Neste documento a cirurgia de obesidade surge como um novo caminho terapêutico .

Segundo o NIDDK, "a cirurgia bariátrica é o tratamento mais eficaz para a obesidade grave. O bypass gástrico, uma operação muito frequente neste campo, causa uma marcada perda de peso. Esta perda de peso, ao contrário das outras formas de tratamento não cirúrgico, parece não activar respostas compensatórias que levem a reganhar o peso perdido, permitindo a cirurgia que essa perda de peso seja mantida ao  longo do tempo. Esta intervenção cirúrgica pode ainda conduzir a uma completa normalização da glicose no sangue através de mecanismos que parecem ser, pelo menos parcialmente, independentes da perda de peso.

Os mecanismos que potencialmente causam este efeito, poderão ser o aumento da secreção de hormonas gastrointestinais, alterações neuroendócrinas induzidas pela exclusão de nutrientes no intestino inicial, diminuição da secreção da ghrelina, alteração da sensibilidade intestinal aos nutrientes ou outros mecanismos ainda não identificados.

Na realidade, apesar de idealizado inicialmente para tratar a obesidade, verificou-se que o bypass gástrico e outras intervenções cirúrgicas asseguram uma melhoria do metabolismo da glicose muito mais marcada, do que o que seria de esperar pela redução de peso conseguida. A diabetes fica resolvida em alguns doentes, mesmo antes de se atingir uma perda de peso significativa."

O "National Institutes of Health (NIH)" é a agência norte americana para a investigação médica. Inclui 27 Institutos e Centros e é um componente do Departamento Americano da Saúde - equivalente ao Ministério da Saúde em Portugal.

O NIH é a principal agência governamental americana para organizar e apoiar a investigação científica médica.

Um dos seus institutos é o  National Institute of Diabetes and Digestive and Kidney Diseases (NIDDK), que se dedica à investigação sobre diabetes e outras doenças metabólicas.

Pode consultar aqui o documento original do Plano Estratégico para a Investigação sobre Diabetes

quarta-feira, 23 de março de 2011

O tipo de distribuição corporal não parece influenciar o risco cardiovascular nos doentes obesos

O marcado aumento de risco de doença cardiovascular (enfarte do miocárdio, angina de peito, acidente vascular cerebral) causado pela obesidade, pela diabetes, pela HTA e por outras doenças crónicas é bem conhecido.

No caso da obesidade, o tipo de distribuição predominante da gordura tem sido apontado também como uma causa deste aumento de risco.

No obeso, a gordura em excesso pode ter uma distribuição mais intensa de tipo central (excesso de gordura no abdomen) ou de tipo periférica (gordura acumulada nas ancas, nádegas e coxas). Este tipo de distribuição de gordura pode ser calculada pelo perímetro da cintura abdominal ou pela relação entre este e o perímetro medido a nível das ancas.

Para melhor compreensão desta diferença, o primeiro tipo de distribuição (gordura central) tem sido comparado a uma forma de macã e é mais frequente nos homens, enquanto o segundo tipo (gordura periférica) tem sido comparado a uma pêra e é mais frequente nas mulheres.

Tradicionalmente, tem sido entendido que o tipo de distribuição central de gordura apresenta maior risco de conduzir ao desenvolvimento de doenças cardiovasculares, do que o tipo periférico de distribuição de gordura.

Para esclarecer esta questão, foi realizado um trabalho colaborativo envolvendo 58 estudos e mais de 220.000 pessoas cuja saúde foi seguida ao longo de vários anos. Durante o período de seguimento foram analisados os casos de doença cardíaca e de acidente vascular cerebral. Verificou-se que a pressão arterial, o colesterol, a diabetes e o tabagismo, foram factores que agravaram a probabilidade de surgimento daquelas doenças. No entanto, o tipo de distribuição de gordura, depois de descontados os outros factores, não influenciou de uma forma independente aquele risco.

Segundo o Dr. Emanuele Di Angelantonio da Universidade de Cambridge, e membro do  Emerging Risk Factors Collaboration que organizou este estudo, "a forma corporal de cada um não é importante".

Afirmou ainda que "ser obeso ou ter excesso de peso é um dos principais factores de risco para doença cardiovascular que podemos modificar, e é um dos primeiros sinais de problemas futuros." "Qualquer que seja a forma de obesidade, em termos de risco cardiovascular, o efeito é o mesmo."

Pode ler este estudo, que foi apoiado pela British Heart Fundation e que foi publicado online em 11 de Março de 2011, na revista Lancet.

segunda-feira, 21 de março de 2011

O desejo de Jamie Oliver no Prémio TED - Ensinar todas as crianças sobre comida



TED é uma organização sem fins lucrativos devotada a ideias que vale a pena espalhar (Ideas Worth Spreading). Começou em 1984 numa conferência destinada a juntar pessoas provenientes de três mundos distintos: Tecnologia, Entretenimento e Design.

Esta organização assegura múltiplos eventos anualmente destinados a chamar a atenção para questões importantes do nosso mundo.

Um desses eventos é o Ted Prize anual. É atribuído a um indivíduo excepcional. O desafio é apresentar "Um desejo para mudar o mundo"  ("One Wish to Change the World."). Depois de longa preparação é apresentada uma cerimónia no decurso da TED Conference, onde esse desejo é revelado.

Em 2010, o vencedor deste prémio foi Jamie Oliver e o desejo que apresentou foi "Teach every children about food" (Ensinar todas as crianças sobre comida")

Pode ver aqui o video, legendado em português, da fantástica conferência de Jamie Oliver na cerimónia em que recebeu o prémio TED.

domingo, 20 de março de 2011

Na Austrália a cirurgia de obesidade aumentou 30 x nos ultimos 10 anos

De acordo com um estudo do departamento governamental de saúde australiano (Australian Institute of Health and Welfare), o número de cirurgias de obesidade nos últimos dez anos aumentou 30 x.

Evolução da Obesidade na Austrália
Na Austrália, actualmente um em cada cinco adultos está classificado como obeso. Este aumento revela que as campanhas de saúde pública incindindo em aumento da actividade física e revisão da dieta, não têm funcionado.

Neste país, foram realizadas 500 cirurgias nos anos 1998-1999. No ano de 2008 foram realizadas 17.000 intervenções cirúrgicas. Estes dados mostram que os doentes cada vez mais procuram tratamento cirúrgico. O procedimento mais realizado foi a colocação de banda gástrica. Este estudo mostra ainda que a demora média de dias de internamento para realizar esta intervenção, foi de dois dias e as complicações cada vez menos frequentes.

Segundo Michael Cowley, director do Obesity and Diabetes Institute da Monash University:
"as pessoas reconhecem que a obesidade é uma doença e estão a procurar tratamento para ela. Mas na realidade, não existe nenhum tratamento eficaz além da cirurgia" "assim, os doentes têm inicialmente um pouco de excesso de peso e vão atingindo níveis de obesidade cada vez mais graves, até procurarem tratamento cirúrgico"

Estudo Original: AIHW

sábado, 19 de março de 2011

O alcool provoca maior efeito após cirurgia de bypass gástrico

O bypass é uma das cirurgias mais frequentemente realizadas para tratar a obesidade e doenças relacionadas. Ao contrário das simples tentativas de alteração de estilo de vida (actividade física, dieta restritiva) que conduzem, na sua maioria, a resultados a longo prazo não satisfatórios, esta intervenção cirúrgica é eficaz.

Drinking Alcohol After Gastric Bypass Surgery
No entanto, após o bypass, as alterações introduzidas no aparelho digestivo implicam alterações no seu funcionamento. O doente é aconselhado a cumprir um conjunto de cuidados com a alimentação de forma a maximizar o resultado da cirurgia e a evitar problemas.

Um desses cuidados é a redução da ingestão de bebidas alcoólicas.

Um estudo recente realizado na Universidade de Stanford vem reforçar a necessidade de cumprimento desta recomendação.

Neste trabalho, um grupo de doentes obesos foram estudados antes da cirurgia e aos 3 meses e 6 meses após o bypass. O estudo consistiu em ingerir uma quantidade standard de vinho e medir a taxa de alcoolémia resultante através do teor de alcool expirado.

Ao fim de 3 ou 6 meses após a cirurgia, os resultados mostraram que os doentes operados tiveram uma maior e mais rapida subida do teor de alcool no sangue, do que eles próprios tinham antes de ser operados com a ingestão da mesma quantidade de alcool.

O tempo necessário para atingir a sobriedade também foi maior após a cirurgia do que era antes do bypass.

Verificou-se também que a intoxicação pelo alcool, após a cirurgia, causava menos diaforese (sudação)  e hiperactividade, e causava mais tonturas, calor e visão dupla.

Este estudo realça a necessidade de compreensão de que o bypass altera várias funções do organismo. Esta alteração tem vantagens na perda de peso e no controlo de outras doenças, mas também tem desvantagens que é necessário conhecer. Uma delas é a diminuição da tolerância ao alcool, pelo que se aconselha os doentes operados a ingerir menores quantidades de alcool.

O cumprimento das recomendações é fundamental para proteger os benefícios conseguidos com a cirurgia bariátrica.

Este trabalho foi publicado no Journal of the American College of Surgeons

sexta-feira, 18 de março de 2011

A American Heart Association reconhece o interesse da cirurgia de obesidade

Mais uma organização prestigiada internacionalmente reconhece o interesse da cirurgia de obesidade.

Um documento publicado ontem pela American Heart Association afirma que os benefícios da cirurgia de obesidade são maiores do que os riscos.

Segundo esta organização:

"Os cardiologistas, endocrinologistas, internistas, médicos de família e outros profissionais de saúde são confrontados cada vez mais com doentes obesos graves" e " a obesidade está associada a uma morbilidade significativa e a uma mortalidade acrescida"

"Os efeitos prejudiciais para a saúde causados pela obesidade incluem:
Diminuição dos anos de vida
Menor qualidade de vida e menos oportunidades sociais e económicas
Doença cardiovascular, hipertensão
Diabetes mellitus tipo 2
Acidente vascular cerebral
Insuficiência renal, dislipidémia
Apneia do sono e doença de refluxo gastro-esofágico
Cancro
Sindromes depressivos
Osteoartrite e dores nas articulações"


"Nesta população, as tentativas terapêuticas com fármacos ou com modificação do estilo de vida, têm tido resultados desapontadores."
"Quando indicadas, as intervenções cirúrgicas conduzem a uma diminuição significativa do excesso de peso e das doenças associadas, diminuição essa que pode ser mantida ao longo do tempo. Estas doenças associadas incluem a diabetes mellitus, a dislipidémia, a doença hepática, a hipertensão arterial, a apneia do sono e a insuficiência cardíaca. Os estudos mais recentes mostram ainda que a cirurgia de obesidade prolonga a vida dos doentes obesos."

Em resumo, segundo a American Heart Association:
"A cirurgia de obesidade é uma opção viável e segura para doentes com obesidade grave, que tenham um risco operatório razoável e que não tenham conseguido perder peso com a terapêutica médica."

Documento Completo: American Heart Association

quinta-feira, 17 de março de 2011

Informação sobre bypass gástrico

Segundo a informação constante na página da Mayo Clinic, uma das intituições hospitalares mais prestigiadas nos EUA, "a cirurgia de obesidade altera a anatomia do aparelho digestivo, do que resulta, geralmente, uma limitação da quantidade de comida que é possível comer."

"Este tipo de cirurgia ajuda a perder peso e pode fazer diminuir o risco de desenvolver doenças associadas à obesidade."

"O bypass gástrico é a cirurgia realizada com maior frequência nos Estados Unidos. Muitos cirurgiões preferem realizar o bypass pois geralmente tem menos complicações do que as outras intervenções para perda de peso."

"O bypass, no entanto,  não é para toda a gente. É um grande procedimento cirúrgico, tem riscos e efeitos acessórios, e é importante compreender as mudanças de estilo de vida que é necessário realizar. Em grande medida, o sucesso do tratamento depende do doente."

"De forma geral, o bypass gástrico está indicado para pessoas que não são capazes de manter um peso saudável através de dieta e actividade física, que têm um excesso de peso significativo e têm problemas associados."

"O bypass gástrico pode ser uma opção se:
- O seu IMC é igual ou superior a 40 (obesidade grave) ou
- O seu IMC está entre 35 e 40 (obesidade) e apresenta igualmente uma doença relacionada com o peso (por exemplo: diabetes ou HTA)"

"Realizar um bypass não substitui a necessidade de seguir uma dieta saudável e manter actividade física. Com efeito, o grau de sucesso da cirurgia depende, em parte, do grau de compromisso em seguir o tipo de alimentação e a actividade física aconselhados."

"Os riscos desta intervenção cirúrgica, tal como as de qualquer intervenção cirúrgica, incluem hemorragias, infecções e reacções à anestesia.  Complicações deste tipo de cirurgia podem também ocorrer, tais como: deficiência de vitaminas e sais minerais, desidratação, litíase vesicular, úlcera gastrica sangrante, hérnia, intolerância a certos alimentos, litíase renal, hipoglicémia. Outras complicações, mais raras, podem surgir, como morte, trombose venosa nos membros inferores, rotura ou estenose das anastomoses, pneumonia, dumping, etc."

"Antes da cirurgia, dever ser realizada uma avaliação extensa, pois nem todos os doentes estão preparados fisica e psicologicamente para realizar esta intervenção. Esta avaliação envolve a identificação das áreas da saúde do doente que podem beneficiar com a cirurgia, bem como outras situações que aumentem o seu risco.  A cirurgia só é recomendada quando as vantagens são maiores do que as desvantagens."

"Nos primeiros dois anos após a cirurgia é previsível uma perda de 50%-60% do peso em excesso. Se seguir as orientações dietéticas e de actividade física, pode manter essa perda de peso duma forma duradoura."

"Além da perda de peso intensa, o bypass também pode melhorar ou resolver doenças associadas à obesidade, tais como diabetes tipo 2, hipertensão arterial, hipercolesterolémia, apneia do sono, refluxo gastro-esofágico. Isto vai diminuir a probabilidade de surgir um acidente vascular cerebral ou doença cardíaca. A capacidade de autonomia e a qualidade de vida também podem melhorar."

"O bypass gástrico não é considerada uma intervenção cirúrgica reversível. Apesar dessa reversibilidade ser, em teoria, possível, não é aconselhada pois pode ser um processo perigoso.  Se essa não reversibilidade for um problema, podem ser equacionadas outras opções cirúrgicas."

"A cirurgia para perda de peso não é um procedimento milagroso. Não garante atingir uma perda completa do excesso de peso. Os resultados dependem também das mudanças no estilo de vida que cada um conseguir realizar. Mas a sensação de vitória ao conseguir perder peso e os seus benefícios significativos para a saúde, justificam plenamente esta cirurgia."

quarta-feira, 16 de março de 2011

A cirurgia aumenta a sobrevida e melhora as doenças associadas, nos doentes obesos graves

A obesidade é uma causa importante de mortalidade e de morbilidade.

Um dos estudos científicos fundamentais para compreender o efeito da cirurgia no tratamento da obesidade grave, foi conduzido por Nicolas Christou e publicado na prestigiada revista americana "Annals of Surgery", em Setembro de 2004.

Neste estudo comparou-se um grupo de 1035 doentes obesos, operados no McGill University Health Centre, com um grupo de 5746 doentes obesos que não foram operados. Este estudo é especialmente importante, porque nenhum dos doentes incluídos tinha patologias médicas relevantes no momento do início do estudo. Os doentes com diabetes, patologia cardíaca ou outras doenças relevantes foram excluídos da análise. Ou seja, quer os doentes operados quer os doentes não operados, não tinham doenças relevantes além da obesidade.

Todos estes doentes foram seguidos por um período de tempo com um máximo de 5 anos de duração.

Ao fim do tempo de seguimento, verificou-se que os doentes operados perderam dois terços do peso em excesso (67%). Além disso tiveram uma redução do risco de desenvolver outras doenças (cardiovasculares, cancro, endócrinas, infecciosas, psiquiátricas) quando comparados com os doentes não operados.

O efeito mais significativo foi na mortalidade. A mortalidade dos doentes não operados foi de 6.17%, enquanto a mortalidade dos doentes operados foi de apenas 0.68%. Esta redução equivale a dizer que a cirurgia diminuiu o risco de morte em 89%  em relação ao risco que os doentes teriam se não fossem operados.

Como conclusão, os autores defendem que estes dados mostram que a cirurgia diminui a mortalidade bem como o desenvolvimento de doenças associadas.

Estudo original : Surgery Decreases Long-term Mortality, Morbidity, and Health Care Use in Morbidly Obese Patients

terça-feira, 15 de março de 2011

O excesso de peso causa mais de 100.000 casos de cancro nos EUA

Segundo um documento publicado nos EUA pelo American Institute for Cancer Research (Instituto Americano para a Investigação sobre Cancro), aproximadamente 100.500 casos de cancro podem ser atribuídos ao excesso de depósitos de gordura corporal. Este cálculo sublinha o papel central que o excesso de peso e a obesidade têm, de acordo com os conhecimentos mais actuais, no desenvolvimento do cancro.

Esta estimativa foi calculada combinando a incidência de novos casos de cancro com estimativas de percentagens dos vários tipos de cancro que são atribuíveis ao excesso de peso como factor de risco.

Segundo esta entidade, o número de casos de cancro que são atribuíveis ao excesso de peso depende do tipo de cancro, e inclui:

49% do cancro do endométrio    = 20,700 casos/ano
35% do cancro do esófagos       = 5,800 casos/ano
28% do cancro do pâncreas       = 11,900 casos/ano
24% do cancro do rim                 = 13, 900 casos/ano
21% do cancro da vesícula        = 2,000 casos/ano
17 % do cancro da mama           = 33,000 casos/ano
9% do cancro colorectal             = 13,200 casos/ano
___________________________________________
TOTAL: 100,500 casos/ano

FatManTrunks.jpgSegundo Laurence Kolonel, membro do painel de peritos do AICR, "sabemos hoje que o excesso de gordura corporal desempenha um papel importante no aparecimento da maior parte dos tumores malignos. É agora claro que o impacto da obesidade tem um efeito prejudicial no aparecimento de cancro, nos resultados do tratamento e na sobre-vida."

Ainda segundo este perito "existe evidência significativa de que a gordura aumenta níveis de algumas hormonas que, por sua vez, estão ligadas a maior probabilidade de cancro". Outros dados recentes apontam para a que o excesso de gordura aumenta o stress oxidativo das células e diminui a protecção imunológica, o que pode conduzir a estragos no DNA celular.

Estes dados são especialmente importantes no contexto de um aumento rápido das taxas de obesidade em todo o mundo.

 American Institute for Cancer Research

segunda-feira, 14 de março de 2011

Uma em cada cinco crianças suecas tem excesso de peso

Investigadores da "Sahlgrenska Academy University of Gothenburg", na Suécia, conduziram o primeiro estudo nacional sobre a prevalência de excesso de peso e de obesidade em crianças em idade escolar.

Este estudo mostrou que uma em cada cinco crianças na Suécia tem excesso de peso. Existe também uma relação  entre nivel de educação e excesso de peso, estando o baixo nível socio-económico associado a maiores taxas de excesso de peso.

Este estudo foi publicado na revista Obesity Reviews e faz parte de um projecto europeu o  "WHO European Childhood Obesity Surveillance Initiative", que envolve 14 países europeus, entre eles Portugal.

O trabalho desenvolvido englobou 94 escolas escolhidas aleatoriamente em todo o território da Suécia e incluiu 4.600 crianças com idades entre os 7 e os 9 anos. Permitiu calcular, nesta faixa etária, a taxa de excesso de peso em 17% com 3% de obesidade infantil.

As áreas rurais tiveram uma taxa de excesso peso mais acentuada que as áreas urbanas, o que comprova o efeito do nivel educacional e socio-económico na problemática do excesso de peso.

Segundo Sjöberg, um dos autores, "o excesso de peso e a obesidade nestas idades geralmente conduzem a um problema semelhante na idade adulta, pelo que é importante identificar os grupos de risco onde devem incidir campanhas de prevenção".

Estudo na versão online do Obesity Reviews, jornal oficial da International Association for the Study of Obesity.

domingo, 13 de março de 2011

O bypass consegue uma melhor resolução da diabetes do que a gastrectomia linear (sleeve)

As intervenções destinadas a tratar a obesidade também são eficazes a tratar as doenças metabólicas, com especial relevo para a diabetes tipo 2.

Com objectico de comparar a eficácia no controlo da diabetes de duas intervenções distintas - o bypass e a gastrectomia linear (sleeve) - Wei-jei e colaboradores realizaram um estudo que foi recentemente publicado na revista Archives of Surgery.

Neste estudo foram incluídos 60 doentes com excesso de peso ou obesidade ligeira (IMC entre 25 e 35), e diabetes mal controlada após 6 meses de terapêutica convencional. Não foram incluídos doentes diabéticos com obesidade moderada ou grave.


Sleeve
Metade dos doentes realizaram um bypass (30 doentes) e a outra metade uma gastrectomia linear (sleeve). Os resultados foram avaliados ao fim de 12 meses.

Verificou-se resolução da diabetes em  93% dos doentes que realizaram bypass. Também o sleeve foi eficaz, mas em apenas 47% dos doentes.

Não existiram complicações significativas, nem mortalidade.

Além disso, os doentes que realizaram bypass perderam mais peso, atingiram um menor perimetro de cintura abdominal, menores valores de glicémia, gorduras no sangue e de HbA1c.

Os autores concluiram que, em doentes diabéticos sem obesidade grave, o bypass foi mais eficaz que a gastrectomia linear (sleeve) no controlo da diabetes.

Arttigo original : Archives of Surgery

sábado, 12 de março de 2011

A Cirurgia Previne a Mortalidade Causada pela Obesidade

A obesidade é uma doença que traz consigo um aumento da probabilidade de ocorrência de várias outras doenças, contribuindo para uma morte prematura. Os obesos, em média, vivem menos anos do que as pessoas com peso normal.

Ao tratar a obesidade, as operações de cirurgia bariátrica podem conduzir a uma redução destas doenças e aumentar os anos de vida.

Para avaliar a eficácia da cirurgia em aumentar a esperança de vida, dois investigadores italianos,  Antonio Pontiroli e Alberto Morabito, compararam a sobrevivência de doentes obesos operados com a sobrevivência de doentes obesos não operados.


Analisaram globalmente oito trabalhos publicados em todo o mundo, que incluiram 44.052 doentes, sendo 14.052 operados (banda gástrica ou bypass) comparados com 29.970 doentes não operados. Estes trabalhos avaliaram a sobre-vida destes doentes ao longo de um período médio de 7.5 anos.

Os resultados mostraram que no período de seguimento, vieram a falecer 2917 doentes não operados, enquanto que no grupo dos doentes operados apenas faleceram 400. A percentagem de morte nos 7.5 anos de seguimento foi de 2.8% nos doentes operados o que compara muito favoravelmente com os 9.7% nos doentes não operados.

Este efeito que a cirurgia atinge, de redução da mortalidade associada à obesidade, parece ser semelhante para a banda gástrica e para o bypass, de uma forma geral. No entanto, a mortalidade por doença cardio-vascular diminuiu ainda mais nos doentes que realizaram bypass do que nos que colocaram banda gástrica.

Além disso, o efeito protector obtido pela cirurgia parece ter sido maior nos doentes que tinham maior IMC à partida.

Os autores concluem que  cirurgia aumenta a sobre-vida dos doentes com obesidade.

Este estudo foi publicado no número de Março de 2011 do "Annals of Surgery"

quinta-feira, 10 de março de 2011

Eficácia da Cirurgia de Obesidade em Idade Pediátrica

Segundo um artigo científico publicado na revista médica "Clinical Obesity" em Março de 2011, "actualmente ainda não existe evidência científica sólida favorável a nenhum tipo de estratégia não cirúrgica para conseguir tratar a obesidade em crianças e adolescentes. Por esta razão, os médicos escolhem cada vez mais opções cirúrgicas para tratar doentes destas faixas etárias".

Neste estudo, os autores realizaram uma revisão sistemática de todos os artigos científicos onde se analisou a eficácia da cirurgia em tratar obesidade em doentes com menos de 19 anos. Foram encontrados 37 artigos científicos sobre este tema ao longo dos ultimos 36 anos, correspondendo aos critérios de qualidade definidos.

Todas as técnicas se mostraram eficazes. Os estudos que analisaram os resultados da colocação de banda gástrica, mostraram uma perda de peso correspondendo a uma perda de IMC entre 8.5 e 43. Os resultados do bypass conduziram a uma perda de peso de 9 a 25 de IMC. Os estudos sobre outras técnicas cirúrgicas (sleeve, gastroplastia vertical,derivação bilio-pancreática) tiveram uma perda de peso entre 9 e 24 de IMC.

Existiram algumas complicações e a mortalidade global foi de 0.3%.

No entanto, além da eficácia em tratar a obesidade, a maioria dos estudos mostraram que a cirurgia permitiu melhorar, ou mesmo resolver completamente, as doenças associadas à obesidade.

Os autores concluem que "a evidência científica existente, apesar de ainda se basear em estudos pequenos, sugere que a cirurgia bariátrica em doentes abaixo de 19 anos conduz a uma redução de peso significativa e à redução das doenças associadas bem como à melhoria da qualidade de vida. No entanto, como podem existir complicações e como os resultados a longo prazo ainda são na maioria dos casos desconhecidos, esta opção de tratamento deve ser colocada com prudência e é aconselhável escolher técnicas reversíveis em vez de técnicas permanentes".

Ainda segundo os autores, "a epidemia de obesidade afecta actualmente adultos, adolescentes e crianças, estando os custos desta doença e das suas doenças associadas a subir constantemente. Definir métodos eficazes para tratamento da obesidade grave vai permitir não só diminuir as taxas de obesidade infantil, como diminuir a progressão desta doença para a idade adulta, passo essencial no combate a esta epidemia".

Artigo original: Clinical Obesity
Esta revista é o orgão oficial da Associação Internacional para o Estudo da Obesidade, que reune mais de 50 organizações nacionais e regionais.

terça-feira, 8 de março de 2011

O excesso de peso e a reduzida actividade física influenciam o risco de desenvolver alguns tipos de cancro da mama

Um estudo recente publicado no número de Março de 2011 da revista Cancer Epidemiology, Biomarkers & Prevention, analisou a relação entre o peso corporal e a actividade física, e a probabilidade de uma mulher vir a desenvolver cancro da mama.

Os tipos de cancro da mama estudados foram os cancros da mama com receptores de estrogénios positivos e os triplamente negativos (negativos para receptores de estrogénios, progesterona e expressão de Her2). Este último tipo de tumor está associado a um prognóstico especialmente negativo.

Amanda I. Phipps e os restantes autores estudaram 155.723 mulheres que vieram a desenvolver 2.917 casos destes dois tipos de cancro da mama.

Os resultados mostram que as mulheres com maior peso tiveram uma probabilidade aumentada de desenvolver ambos os tipos de tumor da mama.

Por outro lado, verificaram que as mulheres com maior actividade física tiveram menos casos do que as mulheres que praticavam menos actividade física.

O estudo permitiu concluir que peso mais elevado e menores índices de actividade física estão associados a um aumento destes tipos de cancro da mama.

Artigo original: Cancer Epidemiology, Biomarkers & Prevention

domingo, 6 de março de 2011

O peso influencia a esperança de vida na população asiática

A OMS estima que actualmente mais de mil milhões de adultos em todo o mundo têm excesso de peso, e mais de 300 milhões sofrem de obesidade.

O tecido adiposo (a gordura corporal) é actualmente reconhecido como um orgão endócrino que produz várias substâncias biologicamente activas que podem contribuir para as doenças relacionadas com a obesidade, tais como a diabetes tipo 2, a hipertensão arterial, a doença cardíaca, o acidente vascular cerebral e várias formas de cancro.

A maior parte dos estudos que relaciona o excesso de peso com o risco de morte foram realizados em populações de descendência europeia. A validade dessas conclusões para as populações asiáticas ainda não era bem conhecida.

Agora, um estudo  realizado com mais de 1 milhão de asiáticos, veio mostrar que um peso abaixo do normal ou excessivo, nessa população, também aumenta o risco de morte.

Segundo Potter, um dos autores do estudo, estes dados confirmam que a maior parte das pessoas obesas têm uma vida mais curta. Isto é uma mensagem clara para a necessidade de evitar ganhos de peso.

Este estudo envolveu mais de 50 investigadores em sete países e foi publicado no New England Journal of Medicine.

Artigo original: New England Journal of Medicine

sexta-feira, 4 de março de 2011

A obesidade é uma causa do aumento da taxa de cesarianas no País de Gales

O País de Gales tem a taxa mais elevada de mulheres grávidas obesas no Reino Unido, segundo os números publicados pelo governo.

Um estudo do Centre of Maternal and Child Enquiries divulgado em Dezembro 2010 mostrou que 37% dos partos de mulheres obesas no Reino Unido foram por cesariana.

No País de Gales, a taxa de cesarianas aumentou em 3% de 2000-01 para 2009-10.

Segundo Alex Rees, porta-voz do  Royal College of Obstetricians and Gynaecologists, estes numeros não são surpreendentes, uma vez que se assiste a um aumento da taxa de cesarianas em todo o Reino Unido e a obesidade é uma das causas.

O aumento de IMC da mulher grávida traz ainda outros problemas de saúde como recém-nascidos com peso elevado, diabetes gestacional e pre-eclampsia (hipertensão).

quarta-feira, 2 de março de 2011

A esteatose hepática anuncia o aparecimento de diabetes tipo 2

A esteatose hepática (fígado gordo) é uma das doenças associadas à obesidade. A sua gravidade não é ainda inteiramente clara, bem como a sua relação com a diabetes.

Um trabalho publicado no The Journal of Clinical Endocrinology & Metabolism em Janeiro 2011, vem mostrar que os indivíduos com esteatose hepática (fígado gordo) têm uma probabilidade 5x maior de vir a desenvolver diabetes tipo 2.

Muitos doentes e médicos vêm a presença de gordura no fígado apenas como "gordura no fígado". Mas, segundo o Dr. Sun Kim da universidade de Stanford na Califórnia, o presente estudo de que é autor revela que a presença de gordura no fígado, avaliada por ecografia, prevê o desenvolvimento de diabetes tipo 2.

Neste estudo foram estudados 11.091 pessoas saudáveis através de várias análises e da realização de uma ecografia hepática. Cinco anos depois as mesmas pessoas foram avaliadasem relação à presença de várias doenças.

Verificou-se que os indivíduos que tinham fígado gordo no início do estudo, passados cinco anos tinham maior taxa de glicémia e de triglicéridos, bem como 5 vezes mais diabetes tipo 2 do que as pessoas que não tinham fígado gordo.

Artigo original: The Journal of Clinical Endocrinology & Metabolism