segunda-feira, 25 de abril de 2011

A cirurgia bariátrica melhora a memória

A evidência científica mostra que a obesidade compromete as funções neuro-cognitivas, tais como a memória. Estes dados não são surpreendentes uma vez que as doenças crónicas associadas à obesidade, como a diabetes e a hipertensão, também estão relacionadas com disfunção cognitiva.

A questão mais relevante é saber se esse compromisso da memória é resolúvel com a cirurgia bariátrica.

Dali - The Persistence of Memory


Para estudar este assunto, investigadores de vários centros norte-americanos analisaram a evolução das capacidades de memória de um grupo de doentes sujeitos a cirurgia bariátrica. Esta avaliação foi realizada antes da cirurgia e 12 semanas após a intervenção cirúrgica. Além disso, compararam os resultados com um grupo de doentes obesos não operados.

Antes da cirurgia, os doentes obesos tinham um desempenho nestes testes cognitivos, que avaliaram a capacidade de memória, inferiores ao da população não obesa.

12 semanas após a cirurgia, os doentes obesos operados obtiveram uma melhoria no seu desempenho, ao contrário dos doentes obesos não operados, que tiveram resultados nos testes que revelaram degradação das capacidades cognitivas.

Como resultado deste estudo, os autores concluem que o compromisso cognitivo (avaliado pela capacidade de memória) é um problema frequente nos doentes obesos, mas que é reversível com o tratamento da obesidade.

Este estudo pode ser consultado na revista Surgery of Obesity and Related Diseases

quinta-feira, 21 de abril de 2011

Campanha inglesa anti-obesidade

O governo inglês lançou uma campanha anti-obesidade que designou Change4Life.







Integrada nesta campanha, a Pepsi Co lançou a sua própria iniciativa que baptizou Play4Life.

 A esta campanha a Pepsi Co associou os nomes de Thierry Henry, jogador do Barcelona e da selecção francesa, e  Frank Lampard, jogador do Chelsea e da selecção inglesa.










Ambos afirmam "Ajude os seus filhos a manter-se aptos fisicamente. Assegure que praticam actividade física 60 minutos por dia."








segunda-feira, 18 de abril de 2011

A obesidade no início da gravidez aumenta o risco de morte neo-natal

O impacto negativo que a obesidade nas fases iniciais da gravidez tem na saúde do recém-nascido já é conhecido. No entanto, nem todos estes efeito prejudiciais são inteiramente claros.

No sentido de esclarecer melhor as consequências da obesidade nesta fase da gravidez, foi realizado um estudo, na região Norte de Inglaterra, que pretendeu relacionar obesidade (IMC >30) com risco de morte fetal e neo-natal, excluindo as malformações congénitas e os efeitos da gravidez gestacional, que são problemas já bem conhecidos.

As gravidezes seguidas em cinco hospitais ingleses, no període de 2003-2005 foram analisadas de um ponto de vista estatístico. Foram contabilizadas as mortes fetais (>20 semanas de gestação) e as mortes dos recém-nascidos durante o primeiro ano de vida, e analisadas de acordo com o IMC da mãe (<18.5, 18.5-25, 25-30, >30).

Os resultados mostraram que as mulheres obesas tiveram um risco de morte fetal ou no primeiro ano aproximadamente o dobro das mulheres obesas (2.3 e 1.9 de risco relativo respectivamente).

A análise estatística contínua revelou uma relação de formato em V, com o risco mais baixo no IMC 23 e aumento contínuo do risco para valores aumentados do IMC.

As razões para este aumento de mortalidade fetal e dos recém-nascidos até ao primeiro ano de vida encontrado nas mulheres obesas, não foram estabelecidas.

O estudo conclui que a obesidade no início da gravidez está associado de uma forma significativa com a morte fetal e a morte do recém-nascido no primeiro ano de vida. Esta associação é independente das já conhecidas implicações da obesidade no aparecimento de malformações congénitas e na diabetes gestacional.

Pode encontrar este trabalho na Revista Human Reproduction

quinta-feira, 14 de abril de 2011

Estratégias para perder peso sem cirurgia

O Registo Nacional de Controlo de Peso americano -  National Weight Control Registry (NWCR) - foi fundado em 1994 por Rena Wing, Ph.D.,  director da Weight Control and Diabetes Research Center da Warren Alpert Medical School of Brown University e por James O. Hill, Ph.D., director do Center for Human Nutrition da University of Colorado.

O objectivo foi responder a duas importantes questões sobre controlo de peso: 1)Existem pessoas que conseguem manter uma perda de peso substancial? 2) Quais são as características e estratégias que ajudaram estes indivíduos a atingir este objectivo?

Para participar neste registo, os voluntários têm de ter conseguido perder um minimo de 14 Kg e manter essa perda durante 1 ano.

A experiência deste registo permite sugerir sete componentes que, no seu conjunto, são eficazes para perder peso e manter essa perda.

1. Ser activo. A maior parte dos participantes gasta mais de 2000Kcal/semana. Isto equivale a 200 minutos de actividade física moderada a intensa por semana. Aproximadamente uma maratona por semana.

2. Desligar a televisão. 63 % dos participantes dispendem menos de 10 horas semanais a ver televisão.

3. Praticar uma dieta com restrição de calorias e de gorduras. A média de ingestão de calorias das pessoas registadas no NWCR é de 1,380 calorias por dia, e menos de 30% dessas calorias são gordura.

4. Manter a dieta consistente. Resistir à vontade de abusar nos feriados, fins-de-semana e férias. É preciso manter uma dieta regular.


5. Não fugir ao pequeno-almoço. A maior parte dos membros do NWCR comem pequeno-almoço. Isto ajuda a controlar a fome e evitar comer demais ao longo do dia.

6. Mostrar capacidade de sacrifício. Os membros exercem um grande controlo sobre os seus hábitos de alimentação, e raramente comem demais.

7. Manter registo do progresso. Pesar pelo menos uma vez por dia e registar o que se come diariamente é essencial.


Segundo o co-fundador, Dr Hill, "Manter a perda de peso depende de manter ao longo dos anos um estilo de vida saudável de acordo com o praticado pelos membros do NWCR".

 Trabalho original: THE NATIONAL WEIGHT CONTROL REGISTRY: A Study of "Successful Losers"

terça-feira, 12 de abril de 2011

A diabetes aumenta o risco de cancro

Um estudo do National Institutes of Health americano ( NIH-AARP Diet and Health Study), apresentado em Orlando - Florida em Abril, no AACR 102nd Annual Meeting 2011, revelou que a diabetes está associada a um aumento do risco de aparecimento de vários tipos de cancro.

Os autores desenvolveram um estudo prospectivo que envolveu 500.000 pessoas, entre os 50 e os 71 anos de idade. Estas pessoas foram seguidas durante 11 anos para avaliar o efeito que a dieta, estilo de vida, actividade física e presença ou não de diabetes, tiveram no aparecimento de cancro.

Verificaram que a mortalidade foi 11% superior nas mulheres diabéticas do que nas mulheres sem diabetes. Nos homens o aumento de mortalidade causado pela diabetes foi ainda maior: 17%.

Em relação ao tipo de tumor, a diabetes esteve associada a um aumento dos tumores do colon, recto e fígado em homens e mulheres. No caso dos homens também o risco de cancro do pâncreas e da bexiga estiveram aumentados. Nas mulheres o efeito da diabetes foi sentido ainda nos tumores do estomâgo, ânus e endométrio.

domingo, 10 de abril de 2011

Três refeições diárias ricas em proteínas parece ser a melhor forma de ter menos fome

A sensação de fome conduz à ingestão de maior quantidade de alimentos. Neste sentido, mecanismos para diminuir essa sensação de fome poderão ser úteis para ajudar a controlar o peso e até para ajudar a diminui-lo.

A prática de um maior ou menor número de refeições diárias tem sido estudada para entender o seu efeito na sensação de fome e nas calorias ingeridas.

O conceito tradicional tem sido de que uma mesma quantidade de calorias diárias divididas por um número maior de refeições (ou seja, refeições mais pequenas e em maior número) ajuda a controlar a fome e, como consequência disso, pode ajudar a controlar o peso.

Este conceito derivou da verificação de que os doentes obesos em geral referem fazer menos refeições diárias do que os não obesos. Este conceito, no entanto, tem sido posto em causa, uma vez que os obesos, quando interrogados sobre os seus hábitos alimentares, geralmente têm uma tendência a subestimar a quantidade de alimentos que na realidade ingerem e, além disso, têm uma tendência a ignorar as pequenas refeições intercalares que praticam.

Para estudar esta problemática, um grupo de investigadores estudou o efeito do teor em proteínas e do numero de refeições no apetite e saciedade durante uma dieta restritiva.

Para isso utilizaram um grupo de homens no decurso de uma dieta restritiva, e compararam os que utilizaram uma dieta rica em proteínas (25%) com os que ingeriram uma dieta com quantidade normal de proteínas (14%). Compararam ainda os que dividiam a comida diária em 6 refeições com aqueles que a dividiam apenas por 3 refeições.

Analisaram a fome, o desejo de comer, a preocupação com pensamentos sobre comida, a saciedade durante o dia e o desejo de comer durante a noite.

Os resultados mostraram que os individuos que praticavam uma dieta rica em proteínas sentiam-se mais saciados durante o dia e menos desejo nocturno de comer. Também tinham menos pensamentos sobre comida. Os outros aspectos estudados foram iguais nos dois grupos.

Comparando o que sentiram os individuos que realizaram 3 refeições diárias com aqueles que realizaram 6 refeiçoes, praticamente não houve diferenças. A única diferença foi que nos doentes que ingeriram maior quantidade de proteínas, foram os que utilizaram apenas 3 refeições diárias os que sentiram menos fome durante a noite.

Este estudo, publicado na revista Obesity em Abril de 2011, põe em causa os princípios que faziam recomendar a divisão da comida a ingerir num determinado dia, por um número maior de refeições. A confirmar-se estes resultados, parece ser o teor proteico e não o número de refeições que ajuda a obter uma sensação de saciedade.

sexta-feira, 8 de abril de 2011

Orientações para cirurgia de obesidade na Alemanha

A Sociedade Alemã de Cirurgia emitiu as suas linhas de orientação sobre cirurgia de obesidade.

A obesidade na Alemanha tem vindo a aumentar constantemente. A obesidade está associada a numerosas outras doenças como a resistência à insulina, a diabetes tipo 2, dislipidémia, hipertensão, litíase biliar, certas formas de cancro, refluxo gastro-esofágico, esteatose hepática, doenças articulares, apneia do sono e outras. A diminuição de esperança de vida causada pela obesidade grave pode atingir os 20 anos de vida a menos.

A eficácia da cirurgia de obesidade tem sido confirmada em inúmeros trabalhos, pelo que a selecção dos doentes a operar é cada vez mais importante.

Estas recomendações alargam as indicações para cirurgia, eliminam restrições relativas à idade e a maior parte das contra-indicações.

Segundo este documento:
- A cirurgia bariátrica está indicada em doentes com IMC > 40, após uma tentativa de tratamento conservador ineficaz ou quando essa tentativa parece inútil.
- Doentes com IMC entre 35 e 40, com uma doença associada à obesidade, também são candidatos a cirurgia após uma tentativa de tratamento conservador ineficaz ou quando essa tentativa parece inútil.
- A cirurgia também pode ser considerada em doentes com diabetes tipo 2 e um IMC entre 30 e 35.
- A idade mais avançada (>65 anos) não constitui contra-indicação para cirurgia, se o estado geral de saúde for aceitável.
- A idade fértil não é uma contra-indicação para a obesidade.
- Em adolescentes, após tentativas repetidas de modalidades terapêuticas conservadoras sem resultado, pode ser equacionada a opção cirúrgica.
- Algumas doenças e condições socio-psicológicas eram consideradas contra-indicação no passado. No entanto, se essas condições podem ser estabilizadas, os doentes podem ter indicação cirúrgica para tratar a sua obesidade.

Segundo este documento, o alargamento das indicações para cirurgia de obesidade além das que já são tradicionais, reesulta dos resultados postoperatórios impressionantes que a cirurgia obtém.

Neste sentido, estas recomendações passam a admitir tratamento cirúrgico abaixo dum IMC de 35 nos doentes diabéticos, eliminam os limites de idade, e consideram mesmo que as tentativas de tratamento não círúrgico são dispensáveis se for entendido que são fúteis para um doente específico.

O documento completo pode ser encontrado no International Journal of Colorectal Disease 

quarta-feira, 6 de abril de 2011

A banda gástrica também resolve a diabetes em doentes com obesidade ligeira e moderada

Um estudo importante para a compreensão do efeito da cirurgia bariátrica na diabetes foi puiblicado em 2008, no Journal of the American Medical Association (JAMA).

O ponto de partida deste trabalho foi o conhecimento de que a cirurgia bariátrica induz perda de peso, o que pode contribuir para o controlo da diabetes. Este efeito é já bem conhecido em doentes com obesidade grave (IMC > 40).

O objectivo dos investigadores foi determinar se, em doentes com menor grau de obesidade, a cirurgia também é melhor do que as terapêuticas convencionais.

Neste estudo foram incluídos doentes com obesidade ligeira e moderada (IMC entre 30 e 40) e com diabetes de tipo 2. Metade dos doentes foram operados (colocação de banda gástrica) enquanto a outra metade receberam tratamento médico standard para a diabetes, com um foco especial em alterações do estilo de vida que conduzem a perda de peso.

A investigação foi realizada na Austrália, um dos países com maior experiência em banda gástrica, no University Obesity Research Center, em 2006, e envolveu 60 doentes. Os resultados foram avaliados ao fim de dois anos.

Os resultados mostraram que, nos doentes operados a diabetes foi resolvida em 73% dos casos ao fim dos dois anos, enquanto que apenas 13% dos doentes não operados deixaram de ser diabéticos. Os doentes que colocaram banda gástrica tiveram uma perda de peso média de 20.7%, enquanto os não operados apenas reduziram 1.7% do peso.

Não existiram complicações sérias em nenhum dos grupos.

Os autores concluiram que os doentes que receberam terapêutica cirúrgica conseguiram uma perda de peso muito superior e muito maior resolução da diabetes, do que os doentes não operados e que receberam apenas tratamento médico convencional.

Estes dados suportam o conceito de que os doentes com diabetes tipo 2 com obesidade ligeira e moderada (IMC entre 30 e 40), também beneficiam largamente da cirurgia de obesidade, e a banda gástrica é uma das opções cirúrgicas eficazes.

O estudo foi publicado na JAMA

segunda-feira, 4 de abril de 2011

A Federação Internacional para a Diabetes apoia a cirurgia metabólica

Segundo o documento que estabelece a posição da International Diabetes Federation (IDF) sobre a terapêutica da Diabetes Tipo 2, apresentado em Nova Iorque em 28 de Março de 2011, a cirurgia bariátrica deve ser considerada no tratamento da diabetes, em fases iniciais da doença, para evitar as graves complicações que podem resultar desta doença.

A combinação de obesidade e diabetes apresenta-se como a maior epidemia da história da humanidade. A diabetes de tipo 2 é uma das doenças com maior crescimento actualmente, afectando cerca de 300 milhões de pessoas no mundo, estimando-se que afectará 450 milhões pelo ano 2030.

De acordo com esta organização, existe cada vez mais evidência que as pessoas obesas com diabetes de tipo 2, podem beneficiar substancialmente da cirurgia bariátrica.

Neste documento da IDF são apresentadas como conclusões principais:

- A obesidade e a diabetes tipo 2 são doenças crónicas associadas a uma disfunção metabólica que aumenta o risco de mobilidade e de mortalidade

- O aumento dramático da prevalência da obesidade e da diabetes tornou-se um problema importante de saúde pública e necessita de atenção do governo, sistemas de saúde e da comunidade médica.

- Além das abordagens sobre o estilo de vida e terapêuticas médicas, vários tipos de cirurgia do aparelho gastrointestinal, originalmente desenvolvidas para tratar a obesidade (cirurgia bariátrica), constituem opções eficazes para melhorar a diabetes em doentes obesos. Estas intervenções cirúrgicas muitas vezes normalizam os níveis de glicémia, reduzindo ou eliminando a necessidade de medicações e fornecendo uma abordagem com bom custo-eficácia para tratar a diabetes.

- A cirurgia bariátrica é um tratamento apropriado para doentes com obesidade e diabetes tipo 2, que não atingiram um controlo da doença, especialmente quando existem outras doenças associadas.

- A cirurgia deve ser um tratamento a utilizar em doentes com diabetes e IMC superior a 35.

- Em doentes com IMC entre 30 e 35, a cirurgia também deve ser considerada uma alternativa, quando a diabetes não é adequadamente controlada por regimes médicos especialmente quando em presença de outros factores de risco cardio-vasculares.

- Os preconceitos sociais contra a obesidade, existentes também no sistema de saúde, não devem funcionar como barreira ao fornecimento de terapêuticas eficazes.

- A evidência existente mostra que a cirurgia bariátrica tem uma boa relação custo-eficácia.

- A morbilidade e mortalidade associadas à cirurgia bariátrica são baixas, semelhantes à mortalidade e mortalidade de procedimentos bem aceites como, por exemplo, a cirurgia por litíase vesicular.

- A cirurgia bariátrica em doentes com obesidade grave e diabetes de tipo 2, oferece um conjunto de benefícios de saúde, incluindo uma redução na mortalidade.

O documento original pode ser consultado no site da IDF.

sábado, 2 de abril de 2011

A atitude negativa contra a imagem "obesa" tem tendência global

O estigma e o preconceito contra as pessoas com excesso de peso estão a tornar-se uma norma cultural em todo o mundo, mesmo em áreas onde uma imagem corporal mais volumosa era considerada positiva, de acordo com um estudo que vai ser publicado no número de Abril de 2011 da revista "Current Anthropology".

Um grupo de investigadores da Universidade Estadual do Arizona entrevistaram pessoas em vários lugares distintos por todo o mundo: EUA, Reino Unido, Mexico, Argentina, Paraguai, Porto Rico, Tanzania, Samoa.

Encontraram preconceitos e atitudes negativas contra as pessoas com excesso de peso em todos os locais analisados.

Estes resultados sugerem uma rápida "globalização" do estigma do "excesso de peso", no qual as pessoas obesas são vistas erradamente como preguiçosas, não desejáveis e com falta de auto-controlo.

Nos EUA e no mundo ocidental em geral, os corpos "magros" têm sido convertidos em objectos ideais e os corpos "gordos" estigmatizados há várias décadas. Mas isto não se passava assim no resto do mundo. Muitos estudos etnográficos mostraram que muitas sociedades humanas preferiam corpos mais volumosos, os quais representam sucesso, generosidade, fertilidade, riqueza e beleza.

Mas esta visão está a ser rapidamente substituída por uma visão ocidental que olha a obesidade como um fracasso pessoal. Curiosamente, os índices de maior intolerância contra os obesos foram encontrados não nos EUA ou Reino Unido, mas antes no Mexico, Paraguai e Samoa. E esta mudança de atitude foi muito rápida nesses países.

Estes dados mostram outra dimensão da epidemia global de obesidade. Devemos estar preocupados não apenas com o prejuízo directo que a obesidade tem para a saúde, mas também com o profundo sofrimento emocional que deriva dos preconceitos contra as pessoas obesas.

Referência: Alexandra Brewis, Amber Wutich, Ashlan Falletta-Cowden, and Isa Rodriguez-Soto. Body Norms and Fat Stigma in Global Perspective. Current Anthropology, 2011; 52: 2