segunda-feira, 27 de junho de 2011

Colocação de banda gástrica em doentes com obesidade ligeira é um procedimento seguro

A cirurgia de obesidade, nomeadamente a colocação de banda gástrica, tornou-se um dos procedimentos standards no tratamento da obesidade com IMC superior a 35 Kg/m2.

No entanto, os doentes com obesidade Classe I (IMC entre 30 e 35 - obesidade ligeira) apresentam igualmente risco elevado de co-morbilidades associadas à obesidade. O papel do tratamento cirúrgico da obesidade nestes doentes ainda não está definido, mas poderá vir a tornar-se importante, uma vez que a generalidade dos tratamentos conservadores (não cirúrgicos) não se têm revelado úteis.

Recentemente, como noticiei neste blog, a FDA americana aprovou a utilização da banda gástrica neste segmento dos doentes obesos (IMC entre 30 e 35).

Para avaliar a segurança deste tratamento, investigadores americanos compararam o postoperatório de doentes com obesidade ligeira tratados com colocação de banda gástrica, com doentes com obesidade grave que realizaram o mesmo tratamento.

Verificaram que, com excepção do peso inicial (obviamente mais elevado nos doentes com obesidade grave), todos os outros parâmetros avaliados relativos à segurança, nomeadamente o tempo operatório, as perdas hemáticas, a duração do internamento e os internamentos em UCI foram semelhantes nos dois grupos. Não houve mortalidade ou necessidade de reoperação em nenhum dos grupos.

Os autores concluem que a colocação de banda gástrica num doente obeso ligeiro apresenta o mesmo perfil de segurança que a mesma cirurgia em doentes com obesidade grave.

O estudo foi publicado no número de Abril de 2011 do Obesity Surgery e pode ser encontrado aqui.




segunda-feira, 20 de junho de 2011

O Bypass resolve a diabetes mesmo nos doentes com IMC 30-35

O Brasil é um dos países do mundo com maior experiência em cirurgia de obesidade e metabólica. Vários autores brasileiros, onde destacamos Almino Ramos, juntaram-se para publicar, no Obesity Surgery de Março 2013, um estudo sobre Bypass em doentes diabéticos com obesidade ligeira (IMC entre 30 e 35.
 
Este estudo é retrospetivo e inclui 27 doentes com IMC entre 30 e 35 operados entre 2002 e 2008, por diabetes tipo 2 não controlada. O objetivo avaliado foi a resolução completa da diabetes confirmado pelo atingimento de Hb A1c <6%, glicémia < 100 mg/dl e ausência de medicação para a diabetes.
Um ano após o Bypass, os resultados foram de
- 23% redução no peso
- BMI estabilizado nos 25.6 Kg/m2
- 46% redução na glicémia
- 27% redução na Hb A1c
- Melhoria do controlo da daibetes em 100% dos doentes
- Resolução completa da diabetes em 48% dos doentes
Os autores concluem que o Bypass é uma opção segura e eficaz no tratamento da diabetes não controlada em doentes com obesidade classe I (IMC 30-35).
 
O estudo pode ser encontrado aqui.
 
 

segunda-feira, 13 de junho de 2011

O Bypass tem resultados superiores ao sleeve

Foi publicado no número de Março 2011 do Obesity Surgery, um estudo prospectivo comparando os resultados da Gastrectomia Linear (Sleeve) e do Bypass, no tratamento da obesidade.
 
Foram estudados 94 doentes, sendo 47 doentes tratados com bypass e 47 tratados com sleeve. Os parâmetros avaliados foram a qualidade de vida (questionários Moorehead-Ardelt e SF-36), a perda de peso e a melhoria das comorbilidades.
 
Como resultados há a assinalar que o grupo de doentes tratados com bypass gástrico tiveram melhores scores de qualidade de vida do que os doentes de sleeve.
 
A resolução da diabetes foi de 90% nos doentes com bypass e 55% no sleeve. A resolução da hipertensão arterial foi de 73% no bypass contra 30% no sleeve. As queixas de refluxo gastro-esofágico resolveram em 92% do grupo de bypass mas apenas em 25% no sleeve. No caso do sleeve, 33% dos doentes operados que não apresentavam queixas de DRGE, desenvolveram estas queixas pela primeira vez após a cirurgia.
 
A satisfação com a cirurgia foi de 94% no bypass e de 90% no sleeve.
 
Os autores concluiram que os resultados do bypass apontam para uma melhor qualidade de vida do que os do sleeve. Além disso, os resultados em termos de controlo de patologias associadas como a diabetes, a hipertensão e a DRGE são também melhores no bypass do que no sleeve.
 
 
O estudo pode ser encontrado aqui.


segunda-feira, 6 de junho de 2011

A Cirurgia da Obesidade melhora o controlo da asma


Um estudo publicado na Obesity Surgery em Fevereiro de 2011, mostra o impacto favorável da cirurgia de obesidade nos sintomas da asma.
 
Neste estudo, foram analisados retrospetivamente 2.562 doentes com asma, operados por obesidade.
 
Um ano após a intervenção cirúrgica, a percentagem de doentes dependentes de corticóides inalados desceu de 49% para 29%. Os doentes com banda gástrica tiveram benefício menor do que aqueles que receberam uma intervenção diferente.
 
Os autores concluem que a cirurgia bariátrica melhora o controlo da asma, diminuindo a necessidade de terapêutica. A banda gástrica parece ser menos eficaz.

O artigo pode ser encontrado na Obesity Surgery