A obesidade é uma doença complexa que tem muitas implicações no desenvolvimento de outras doenças. Tudo junto, conduz a um aumento da mortalidade e perda de qualidade de vida como poucas outras doenças conseguem.
As técnicas cirúrgicas para tratar a obesidade são muito eficazes a obter redução de peso mas, além disso, cada vez é mais evidente que também influenciam positivamente as doenças associadas, como a diabetes, a dislipidemia e as doenças cardio-vasculares.
No sentido de objetivar este efeito benéfico, um grupo de investigadores brasileiros estudou o efeito da cirurgia da obesidade no risco cardio-vascular aos 10 anos, medido pelo score de Framingham. Este score permite estabelecer o risco de morte de um doente, baseado na idade, sexo, peso, IMC, pressão arterial diastólica, perfil lipídico, glicémia e história anterior de doença cardio-vascular. Este score está validado de uma forma muito sólida e é muito utilizado em diversos estudos.
Neste estudo, o Score de Framingham foi avaliado para um conjunto de 42 doentes antes e depois de realizarem um bypass gástrico.
A redução do risco cardiovascular aos 10 anos foi muito evidente nos doentes operados, sobretudo através da redução do peso e da resolução de co-morbilidades. Esta redução de risco foi especialmente acentuada nos doentes que apresentavam, à partida, co-morbilidades.
Os autores concluem que o bypass provoca uma perda de peso acentuada, sustentável, e com melhoria significativa das co-morbilidades.
O estudo foi publicado na Obesity Surgery.